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Review: One Day Soon da A. Meredith Walters


Idioma: Inglês

Páginas: 321

Editora: Independente

Gênero: Romance, Contemporâneo, Drama e Adulto.

Lançamento: Fevereiro de 2016






Sinópse:

Ele me encontrou sangrando e em lágrimas. Eu permaneci ao seu lado através do fogo e da escuridão. Nós nos encontramos em um momento entre a inocência e a verdade amarga. Nós éramos os jovens facimente ignorados, e que se tornaram adultos que praticamente não conhecíamos.  Não estavamos destinados a ficarmos juntos para sempre. E não ficamos. Ele fugiu. Eu tentei seguir em frente. Ainda assim, eu nunca parei de pensar no garoto que havia lutado pela minha sobrevivência em um mundo que teria me engolido viva. Ele era o passado que enterrei, mas nunca esqueci. Até o dia que o encontrei de novo, depois de anos achando que o havia perdido para sempre. Em olhos frios e ressentidos, eu vi o coração do homem que tinha sido tudo quando eu não tinha nada. Então, jurei agarrar-me à segunda chance que nos foi roubada quando jovens. Às vezes, o destino é feio. A vida pode ser tortuosa. E quem somos pode ser arruinado por quem já fomos no passado. Para duas pessoas que sobreviveram a tanta coisa, teríamos que aprender a aguentar firme antes de sermos obrigados a deixar partir.

Alerta Gatilho: O livro contém temas relacionados a violência, abuso físico e psicológico.


Resenha:

Uma história feliz nem sempre tem um final feliz.

Eu nunca tinha ouvido falar desse livro até bem recentemente. Depois de ler as resenhas eu fiquei bem empolgada com ele e o comprei imediatamente. Entretanto, eu percebi de acordo com as resenhas que esse é um livro bem denso e emotivo. E realmente, ele é tão denso que chega até mesmo a ser um livro pesado. Ele tem uma carga emocional intensa. Enquanto eu o lia, ia me sentindo meio carregada e emocionalmente sugada.


A autora leva muito tempo construíndo essa história e é tanto que o livro por vezes chega a ficar arrastado. De repente, me vi amarrada em um rolo compressor que parecia não ter fim. Provavelmente estou dando a impressão de que o livro é ruim, mas não é o caso. O livro é ótimo e completamente envolvente. Só que ele não é um livro confortante e gostoso de ler. A minha experiência com ele foi boa e ruim. Boa porque a história é envolvente e ruim porque deixou meio down. Tanto que eu ia lendo e louca pra chegar logo no fim e ver no que a história ia dar.


Enfim, esse livro vai e volta no tempo. Isso foi um ponto negativo para mim porque eu não gosto muito desse esquema. Quando você começa a entrar naquela história, de repente ela acaba e você já se vê jogada em outra. Na maioria dos casos acho isso frustrante e um pouco cansativo. No entanto, esse processo acaba se fazendo essencial para entendermos o passado e nos conectarmos com os personagens do presente. Porém, eu lia o passado já torcendo para o capítulo terminar logo. Até porque não tem muito mistério. O livro já começa com a gente sabendo como o passado terminou. O ponto chave é saber como vai terminar o presente agora que o casal se reencontrou.

Aqui estava um garoto mal conseguindo se segurar. Ele parecia querer se enrolar em si mesmo. Eu queria protegê-lo de tudo que era horrível. Tudo o que fosse feio. Exatamente como ele estava tentando fazer por mim. Ele é alguém que foi forçado a fazer escolhas que destruiriam a maioria das pessoas. Eu podia ver os fragmentos sendo lascados pouco a pouco enquanto ele lutava para segura-los.

Uma premissa rápida da história é a seguinte. O livro começa no presente. A Imogem tem hoje 31 anos, é divorciada e trabalha como assitente social em um hospital da sua cidade natal. Um dia, aparece no hospital um homem que foi espancado quase até a morte. O caso é tão sério que ele precisa ficar internado na UTI e a Imogem recebe esse caso, pois como ele é morador de rua e ela assistente social do hospital, é função dela tentar ajuda-lo quando ele se recuperar. Só que a Imogem não esperava que esse homem que caiu de paraquedas no hospital, fosse nada mais nada menos que o grande amor da sua vida. A sua paixão de adolescência. O cara que a deixou esperando de baixo da ponte e desapareceu para sempre.

Nós nos sentimos como uma força da natureza. Incessáveis. Destinados. Nós prosperamos com a paixão e a confiança da juventude que não deixou espaço para dúvidas. Nós nos amávamos. E no mundo feio que habitavamos, essa era uma luz à qual nos agarravamos. ”

Yoss e Imogen se conheceram quando ambos eram adolescentes. Ela tinha 16 anos e ele 18. A história é contada pelo ponto de vista da Imogem. No passado ela começa o livro narrando o porque dela ter resolvido sair de casa. Ela é filha única e se sentia completamente ignorada pela mãe. Um belo dia, cansada disso ela resolve que aguentou o suficiente e sai de casa e sem ter pra onde ir, ela acaba nas ruas. Já adianto que esse foi um ponto negativo do livro. Não achei essa parte nem um pouco razoável. Aliás, foi uma das coisas mais estapafurdias que eu já vi em um livro. A pessoa ir morar na rua e se sujeitar a correr risco de vida, contrair doenças, passar frio, fome e mais um monte de coisas só porque é ignorada pela mãe!? Achei muito forçado e me fez até ter dificuldade de entrar na história e me envolver. Depois, percebi que a autora tinha essa consiência, mas foi uma forma dela de realçar a imaturidade da personagem. Mas como vi que a história tinha potencial, fechei os olhos e segui o baile.

Eu confiei no garoto de dezoito anos que fazia questão de me manter alimentada. Que me protegia. Que me amava. E eu confio no homem que ele se tornou. Claro, pessoas podem mudar, mas eu vejo quem você é.

E foi assim que a Imogen conheceu o Yoss. Ele também era morador de rua e ele meio que salva ela de uma situação já no primeiro dia dela nas ruas. Desse ponto pra frente a autora com muita sensibilidade começa a narrar os perrengues de se viver na rua. No caso desse livro, senti que a autora nos poupou de "ver" muita coisa feia e triste, mas ela não se esquivou do tema. Ela narrou o suficiente para nos conectar com a situação e sentir pelos personagens. Ao mesmo tempo que ela narrava pelos olhos da Imogen a dificuldade que eles passavam, ela também ia narrando a Imogem amadurecendo, se descobrindo e principalmente se apaixonando. Os seis meses que a personagem passou nas ruas, virou uma triste história de amor. Os planos não deram certo e hoje 15 anos depois ela reencontra uma nova versão do Yoss. Porém, as circuntâncias desse reencontro não são nada favoráveis para os dois. As escolhas do passado deixaram as suas marcas e, infelizmente, consequências irreversíveis.


Mais do que um livro sobre segundas chances, One Day Soon é um livro sobre sobrevivência. Sobre não ter escolhas e a poucas que têm, te deixarem com a alma destruída e cicatrizes profundas. É sobre renúncias e superação. É sobre o poder do amor e como ele te dar forças de seguir em frente. É uma história que mostra mais os lados negros da vida, mas o amor dos dois é tão bonito e tão puro que ele suaviza a parte feia da história. Acho que é um livro que vale muito a pena. Percebi que a autora deixou muito de si nessa história. Se ler esse livro foi emocionalmente exaustivo, nem imagino como tenha sido para ela escreve-lo. Pelas resenhas que li, confesso que tinha mais expectativas sobre ele, mas ainda assim adorei a história e ela certamente deixou o seu impacto.

“We’ll walk on the beach, Imi, and we’ll dance on the sand. Because one day soon, I promise you that all this ugly will become something beautiful.”
“I know, Yoss. One day soon”.

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